Água de reuso viabiliza o desenvolvimento sustentável, gera empregos e economiza recursos naturais
Projeto de sustentabilidade laureado mundo afora, o Aquapolo Ambiental está mobilizado para atender a mais empresas na região do ABC Paulista
Recurso finito e primordial à vida humana, a água norteia as principais discussões acerca da sustentabilidade mundo afora. Em tempos em que cientistas estudam os efeitos das mudanças climáticas na disponibili¬dade de água para as próxi¬mas gerações, torna-se cada vez mais crucial cuidar do meio ambiente. Diante dessa realidade, o Aquapolo Ambiental, considerado o maior empreendimento para a produção de água de reúso da América Latina e o quinto maior do planeta, com capacidade de produzir e fornecer até 1.000 litros/ segundo – equivalente ao abastecimento de uma cidade com 500 mil habi¬tantes, está ampliando sua atuação. Hub de inovação e sustentabilidade no ABC Paulista, o Aquapolo agora quer difundir a importân¬cia da água de reúso para o desenvolvimento econô¬mico e sustentável.
Produzida a partir do esgoto tratado, a água de reúso é um dos insumos mais sustentáveis em atividades produtivas. Se, em condições habituais, esse efluente seria devolvido à natureza dentro de métri¬cas exigidas pela legislação, com o Aquapolo ele passa por novos tratamentos que tornam o produto útil para o uso industrial e outros fins: filtração, tratamento biológico, ultrafiltração – para reten¬ção de sólidos e bactérias, e osmose reversa – para redução de salinidade e outros elementos. A iniciativa ainda tem possibilitado o aumento da disponibilidade de água potável para a Região Metropolitana de São Paulo, uma vez que seus clientes consomem cerca de 950 milhões de litros de água de reúso por mês. “A redução da captação de água nos mananciais garante o fornecimento mesmo em situações de crises hídri¬cas, nas quais a prioridade é o uso doméstico. Dessa forma, as empresas ficam menos vulneráveis a riscos e perdas”, diz Francisco Ruiz, gerente-executivo do Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC (Cofip). Durante a crise hídrica de 2014-15 em São Paulo, as indústrias do Polo Petroquímico de Capuava, mantiveram suas operações sem impacto, devido à utilização da água de reúso do Aquapolo.
Fruto de uma parce¬ria entre a multinacional sul-coreana GS Inima Industrial e a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), o Aquapolo, financiado majoritaria¬mente através da emissão de debêntures e sem contar com subsídios – diferente de outras empre¬sas semelhantes no mundo, pode fornecer, desde 2012, 650 litros/segundo de água de reúso para o Polo Petroquímico de Capuava, na região do ABC Paulista. Para a condução e distribui¬ção da água produzida foi construída uma adutora de 17km, saindo de São Paulo e passando pelos municí¬pios de São Caetano do Sul e Santo André até chegar a uma torre de distribuição em Capuava, Mauá, onde fica o Polo. A adutora foi projetada para permitir derivações, viabilizando o atendimento de potenciais clientes ao longo de seu percurso.
O programa de reúso é visto como exemplo a ser seguido mundo afora, tendo obtido reconhecimento em premiações nacionais, como da Agência Nacional de Águas (ANA), em 2012, e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em 2013, e inter-nacionais, como o Global Water Intelligence, em 2011, e do Inter-American Development Bank, em 2015. Agora, o intuito do Aquapolo Ambiental é levar essa tecno¬logia para mais empresas da região, e ampliar a utili¬zação do seu potencial de fornecimento disponível de cerca de 500 litros/segundo.
Na ponta do lápis, o processo de reúso de água para fins industriais pode acarretar uma redução de custos de até 30% na conta de água, recurso que pode ser realocado para áreas estratégicas dentro do processo produtivo tal como para a geração de novos empregos. Marcio José, CEO do Aquapolo, destaca a importância do empreendimento como uma alternativa às mudan¬ças climáticas. “O recurso da natureza é limitado. A competição é cada vez maior e o planeta está cada vez mais poluído. Sem água, não existe planeta, não existe vida. Temos que achar alternativas. O reúso é uma delas”, afirma.
Márcio também destaca que o projeto pode aten¬der à agenda sustentável perseguida por empresas, acionistas e consumido¬res, contribuindo para, ao menos, cinco dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos como metas globais pela Organização das Nações Unidas, a ONU. São elas: água e saneamento (6); indústria, inovação e infraestrutura (9); cidades e comunidades sustentáveis (11); consumo e produção responsáveis (12) e ação contra a mudança global do clima (13).
Além do Polo Petroquímico de Capuava, onde o Aquapolo atende a 10 plantas de cinco empre¬sas, outras companhias renomadas já utilizam a água de reúso fornecida pela empresa como a fabri¬cante de pneus Bridgestone, a produtora de cobre Paranapanema, a produ¬tora de alumínio Hydro, e a Vitopel, de filmes flexíveis. “É importante que as empresas saibam que o acesso a uma água ambientalmente correta está ao alcance delas. A Bridgestone, por exem¬plo, que reduziu o consumo de água industrial prove¬niente da água subterrânea em mais de 80%, desde 2014, ganhou diversos prêmios por conta da nossa parceria”, diz Fernando Gomes, dire¬tor do Aquapolo. A empresa confirma os benefícios. “A água de reúso é um grande aliado da indústria para poupar recursos naturais. Na Bridgestone, utilizando este recurso, alcançamos a mesma qualidade nos processos de produção, ao mesmo tempo em que reduzimos nosso impacto ambiental e garantimos mais sustentabilidade para o negócio e o planeta”, corro¬bora Janaína Braga, gerente sênior de meio ambiente e segurança da Bridgestone para América Latina.
O futuro chegou e quem não seguir na trilha do desenvolvimento susten¬tável pode ficar para trás.